Em uma audaciosa reformulação de marca (Rebranding), Elon Musk, proprietário do Twitter, iniciou o processo de substituição do icônico logotipo do pássaro do Twitter por um X. O anúncio surpreendente foi feito no domingo (23).
Na madrugada de segunda-feira (24), ele twittou que X.com agora redireciona para Twitter.com.
“O logotipo provisório X vai ao ar mais tarde hoje”, escreveu ele, pouco antes de compartilhar uma foto da sede do Twitter iluminada com o novo X gigante.
A conta oficial da gigante mídia social agora apresenta o mesmo logotipo, embora o conhecido pássaro azul ainda seja visível no site.
Prevendo uma espécie de reformulação da marca, Musk já havia dito anteriormente que estava “dizendo adeus à marca Twitter e, aos poucos, a todos os pássaros”.
Desde sua fundação em 2006, o Twitter tem utilizado seu emblemático pássaro azul, conhecido globalmente há mais de uma década.
Essa mudança pode ser vista como uma forma de revitalização da marca: nos últimos meses, Musk alertou repetidamente que o Twitter, que enfrentava grandes perdas na receita publicitária, estava à beira da falência.
A pressão aumentou ainda mais quando a Threads, plataforma de mídia social rival, foi lançada pelo pai do Facebook (FB), Meta, no início deste mês e conseguiu mais de 100 milhões de inscrições de usuários em sua primeira semana.
Antes de ser privatizado por Musk em outubro de 2022, o Twitter tinha 238 milhões de usuários ativos.
Brigas e Demissões em Massa Conhecido anteriormente por seus esforços inovadores através das empresas SpaceX e Tesla para lançar foguetes e construir carros elétricos, Musk agora tem ganhado manchetes por seus comentários excêntricos em sua conta pessoal no Twitter, frequentemente compartilhando teorias da conspiração e se envolvendo em brigas públicas na plataforma de mídia social.
Após adquirir o Twitter por US$ 44 bilhões no final de outubro, Musk reestruturou a empresa, seguido por demissões em massa e disputas sobre milhões de dólares supostamente devidos em indenizações. Em uma nota aos funcionários, Musk afirmou que permanecer na empresa significaria “trabalhar longas horas em alta intensidade” e que apenas um desempenho excepcional seria considerado aprovado.
Essas ações levaram organizações a pressionar as marcas a repensar a publicidade no Twitter, citando as demissões em massa como um fator crítico em seu raciocínio, temendo que os cortes de Musk tornariam as políticas de integridade eleitoral do Twitter efetivamente inaplicáveis, mesmo que tecnicamente permanecessem ativas.
Musk também começou a supervisionar mudanças políticas controversas, levando a frequentes interrupções de serviço no Twitter e prejudicando sua própria reputação no processo.
Em junho, ele nomeou Linda Yaccarino, ex-executiva de marketing da NBCUniversal, CEO da empresa. Ela comentou sobre a mudança de nome do Twitter no domingo à tarde: “É uma coisa excepcionalmente rara – na vida ou nos negócios – ter uma segunda chance de causar outra grande impressão. O Twitter causou uma grande impressão e mudou a forma como nos comunicamos. Agora, o X irá mais longe, transformando a praça da cidade global”.
Enfrentando Desafios
Enquanto o novo empreendimento se inicia, enfrenta desafios. Musk revelou recentemente que a plataforma ainda tem um fluxo de caixa negativo devido a uma queda de 50% na receita de publicidade e pesadas dívidas.
Ele criticou a saída ou pausa de anunciantes do Twitter, como General Mills, Macy’s e algumas montadoras que competem com a Tesla, declarando-se um “absolutista da liberdade de expressão” e afirmando que queria comprar o Twitter para fortalecer a capacidade dos usuários de se expressarem livremente na plataforma.
Sua abordagem à liberdade de expressão é explicada por ele da seguinte forma: “Se alguém de quem você não gosta disser algo que você não gosta? E se esse for o caso, então temos liberdade de expressão”.
Ele acrescentou que o Twitter “ficaria muito relutante em excluir coisas” e que a plataforma buscaria permitir todo o discurso legal, mesmo que isso signifique mais discurso de ódio.
Por outro lado, o rival Threads, que inicialmente causou frenesi com mais de 100 milhões de inscrições de usuários em sua primeira semana, parece ter perdido um pouco do brilho, especialmente por ser infestado de spam e pela falta de alguns recursos amigáveis ao usuário oferecidos pelo Twitter, ou agora X.
Adam Mosseri, responsável pelo lançamento do Threads para a Meta, sugeriu planos para adicionar recursos, como uma versão para desktop do aplicativo, um feed apenas com contas que o usuário segue e um botão de edição. No entanto, a capacidade de atrair suporte publicitário ainda não foi comprovada.
Apesar dos desafios, Musk continua determinado a levar adiante sua visão para a plataforma, e o novo X representa uma mudança significativa na abordagem e no futuro do Twitter.
À medida que a transformação prossegue, o mundo está de olho para ver como a nova marca se sairá em um mercado competitivo, onde a relevância e a capacidade de adaptação são essenciais para o sucesso contínuo. A verdadeira prova do impacto dessa reformulação virá com o tempo, quando os usuários e anunciantes revelarem sua reação ao Twitter, agora sob a identidade do X. O futuro da plataforma está repleto de incertezas, mas Musk está disposto a enfrentar os desafios e escrever um novo capítulo na história dessa rede social icônica.
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